Após estudo de 2 anos, cientista afirma que ‘cachorros também são pessoas’

Em um artigo de opinião publicado no The New York Times, o neurocientista da Universidade de Emory (EUA), Gregory Berns, afirma que cães possuem diversas semelhanças com os humanos relacionadas a forma de sentir. “Agora, depois de treinar e digitalizar uma dúzia de cachorros, minha única conclusão inescapável é a seguinte: os cães também são pessoas”, enfatiza o cientista.

Para chegar a esta conclusão, Gregory precisou da ajuda de Mark Spivak, um treinador de cães. Isto porque, a proposta do cientista era perceber quais são as atividades cerebrais dos cães quando eles estão acordados, mas para isso se faz necessário que os animais fiquem parados na máquina de ressonância. Contudo, em todos os testes, os pets tiveram suas necessidades e limitações respeitadas.

“Utilizamos apenas métodos de treinamento positivos. Sem sedação. Sem restrições. Se os cães não queriam estar no scanner MRI [ressonância magnética], eles poderiam sair. O mesmo que qualquer voluntário humano,” explica o cientista. Além disso, Gregory explica que a prática veterinária recomenda anestesiar os animais para o teste, mas não seria possível estudar a função cerebral dos cães, por isso que o treinamento foi a opção escolhida.

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Como foi desenvolvida a pesquisa?

A pesquisa elaborada por Gregory recebeu o nome de “How Dogs Love Us: A Neuroscientist and His Adopted Dog Decode the Canine Brain”, em português “Como os cães nos amam: um neurocientista e seu cão adotado decodifica o cérebro canino”. O primeiro teste foi realizado com a cadela de Gregory, uma terrier de cor preta chamada de Callie. Aos poucos, outros cães foram se voluntariando ao projeto, chegando ao total de 12 animais.

“A capacidade de experimentar emoções positivas, como amor e apego, significaria que os cães têm um nível de sensibilidade comparável ao de uma criança humana”, conta Gregory. Ainda segundo o cientista, o resultado da pesquisa coloca em debate a forma como os animais são tratados pelos seres humanos, ressaltando que “devemos reconsiderar seu tratamento como propriedade.”

“Eu suspeito que a sociedade está a muitos anos de considerar os cães como pessoas. No entanto, decisões recentes do Supremo Tribunal incluíram descobertas neurocientíficas que abrem a porta para tal possibilidade”, finaliza Gregory.

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 6750), formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela UniFavip-DeVry, escreve artigos para os mais diversos veículos. Produz um conteúdo original, é atualizada com as noções de SEO e tem versatilidade na produção dos textos.