Enxergar um mundo preto e branco parece triste, não é? Durante muito tempo foi de conhecimento popular que os cães teriam a visão assim. Contudo, depois de estudos científicos mais específicos e certeiros, essa crença passou a ser mito. “Os cães têm a capacidade de distinguir tons básicos de cores: amarelo, azul e cinza. Todas as outras cores se atenuam aos olhos do cão e caem em um desses tons”, conta Juliana Yuri, adestradora e consultora comportamental da equipe Cão Cidadão.
Os pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, começaram a estudar a visão canina em 1915, quando comprovaram que os cães não viam cores. Foi apenas em 1960 que o mesmo experimento foi refeito, usando tecnologias mais avançadas, e se comprovou que os cães têm, de fato, capacidade de enxergar cores.
Visão dicromática
Embora seja fato que os cães podem, sim, ver cores, eles enxergam bem menos que nós. Enquanto possuímos três tipos de células fotorreceptoras na retina – podendo diferenciar muitas cores, incluindo captar o azul, vermelho e verde –, os cães apenas têm duas delas, o que diminui a variedade de cores que podem enxergar.
Foto: Pixabay
“Alguns pesquisadores acreditam que eles enxergam azul e amarelo, enquanto outros defendem que eles veem azul e vermelho, mas todos são unânimes em dizer que eles não percebem o verde”, explica a veterinária Adriana Teixeira, especialista em oftalmologia animal. Ao invés do verde, eles enxergam tons de cinza ou preto.
Visão noturna espetacular
A estrutura ótica dos cachorros (o tapetum lucidum), que permite a passagem da luz pela retina dos pets, é mais aguçada que a nossa. Assim, os cães têm mais facilidade de enxergar durante a noite e em ambientes com pouca luz. Essa membrana, inclusive, é responsável pelo efeito de “farol refletor”, que faz os olhos dos cachorros (e gatos também) brilharem na penumbra.
Eles vêm a luz ultravioleta
Diferentemente de nós, os cães e gatos, assim como vários outros animais, são capazes de enxergar a luz ultravioleta. Isso foi confirmado numa pesquisa feita recentemente pela Universidade da Cidade de Londres, no Reino Unido. Não se sabe, porém, qual a vantagem disso, mas os cientistas estão dispostos a estudar mais a fundo.