A história das raças: da genética aos lares

Quem tem um cachorrinho de raça em casa com todas as mordomias possíveis, nem imagina como surgiram efetivamente as espécies dos cães. A história dos caninos tem mais de 10 mil anos, e nesse período foi possível ver os cães sendo criados e refinados pelos homens, para que desempenhassem determinadas funções e apresentassem características específicas. Pelo percurso de toda a história, os cães servem para o ser humano como segurança, guiador, transportador, meio de entretenimento e, pasmem, até como comida!

A criação das diferentes raças foi feita para suprir a necessidade do homem em diferentes períodos da história da humanidade. O que, de fato, sabemos é que, de acordo com alguns especialistas, o cão que hoje conhecemos e criamos dentro dos nossos lares é um descendente do lobo eurasiano. Segundo a história, dentro do clube dos lobos existiam os selvagens e aqueles que vivam tranquilamente com a presença do homem e, com isso, começaram a ser criados com algumas regalias em troca de algum tipo de serviço. À vista disso, podemos concluir que o cão no início da sua criação servia como um trabalhador e não como um amigo fiel, como reconhecemos ele atualmente.

O surgimento das raças

Há 12 mil anos o homem vem interferindo na criação dos cães. Essa interferência resultou na origem de aproximadamente 400 raças caninas que possuem tanto características particulares quanto em comuns, tendo em vista que foram sendo cruzados espécies e mais espécies, na ânsia de obter um cão ideal para determinada situação.

A história das raças: da genética aos lares

Foto: Pixabay

Na história dos caninos, as raças de cães mais antigas foram registradas nos túmulos dos faraós do antigo Egito. Além do cão de Canaã, que era usado como guarda de rebanhos e campos no Oriente Médio. Os descendentes dos cães ligados aos faraós são conhecidos pelo nome de sighthounds, criados especialmente para caçar gazelas nos desertos árabes. Logo após esses seres, surgiu o afghan hound, usado para a caça e para guardar as casas do Afeganistão.

O homem, observando a característica desses cachorros, que caçavam e guardavam muito bem, começaram a utilizar esses animais em guerras, dando origem aos molossos, cães ancestrais do mastiff. Outro cão utilizado para benefício dos homens foi o malamute do Alasca, que atuava em regiões frias puxando trenós na neve. Assim como essas, outras raças também foram usadas para facilitar a vida humana, em detrimento delas mesmas.

A medida em que os cães foram sendo utilizados para ajudar o homem, a aparência física desses novos seres ia sendo sofisticada. E então eram vistos como acessórios. Logo as mulheres desejavam a presença desses cães como companhia e como status também.

Mas, se você acredita que a prática de criar novas raças de cães parou no passado você está enganado! Ainda mais nos dias de hoje, que se tem a tecnologia mais facilmente nas mãos, variações de espécies são criadas para suprir ainda mais a vontade do homem. À exemplo podemos citar o labradoodle, uma mistura de labrador, muito utilizado como cão guia, e o poodle, conhecido por não soltar muito pelo. Portanto, um cão ideal para pessoas com deficiência visual e que possuem alergia ao pelo do cão.

A saúde de cães de raça

As raças são criadas através do cruzamento de cães da mesma família até que os descendentes tenham características iguais. Isso é muito nocivo para a saúde dos cães, que ficam fragilizados, propensos a diversas doenças e acabam vivendo menos.

É muito comum casos de animais cegos, surdos, com problemas nos ossos ou outras doenças. E todos esses distúrbios estão relacionados a esse processo de criação da raça. Além disso, outra grave questão envolvendo cães de raça é o modo como é feito o cruzamento desses seres para a procriação. Muitas vezes não são respeitadas a vontade do macho ou da fêmea, e esses se tornam obrigados a cruzarem, vivendo em situações deploráveis e sem nenhuma assistência médica e higiênica. Sendo assim, é importante que quem deseja comprar um animal de raça, conheça a realidade dos pais do filhote.

Cães SRD, mestiços ou vira-latas

Ao contrário da saúde e da vida curta que alguns cães de raça possuem, o cão sem raça definida (SRD), mestiço ou o famoso vira-lata tendem a ter uma vida mais longa, pois o processo de existência de suas espécies é feito de forma natural, sem a interferência do homem. Existem pesquisas que mostram o quanto o dono de um cão de raça gasta, em média, com o seu amiguinho de quatro patas, assim como o custo para o tutor de um vira-lata. Enquanto o primeiro emprega R$ 5.300,00, o segundo algo em torno de R$ 1.200,00, valores esses que correspondem a cada ano e estão relacionados à alimentação, saúde e cuidados especiais.

Além do fator saúde ser mais viável, cães mestiços não são vendidos, dão o mesmo amor que os de raça e quem adota um deles está salvando uma vida, diminuindo o abandono e ainda conseguindo um cão diferente de todos os outros, com características únicas.

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 6750), formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela UniFavip-DeVry, escreve artigos para os mais diversos veículos. Produz um conteúdo original, é atualizada com as noções de SEO e tem versatilidade na produção dos textos.