Muitas vezes os tutores que já possuem um cão em casa querem ter mais um. Contudo, pode haver uma certa dúvida sobre quais as raças de cães que se dão bem com outros animais.
De acordo com a adestradora e franqueada da Cão Cidadão, Priscila Furlan, existe uma série de fatores que influencia na sociabilidade dos cães, como a genética e o modo de criação dos animais.
“Pelos fatores genéticos, algumas raças são consideradas mais sociais, ou seja, se dão bem com outros animais de sua raça, de outras raças e de outras espécies”, explica a profissional.
5 raças de cães que se dão bem com outros animais
1. Beagle
“Beagle é um ótimo companheiro para a família, indicado para uma casa com crianças, devido a seu alto grau de energia. Tem temperamento dócil e muito alegre, podendo ser bastante guloso”, ressalta Priscila.
Com uma pelagem curta, não oferece muito trabalho ao tutor para mantê-la brilhosa e limpa. O beagle é um cão de porte médio, com uma altura que varia entre 33 a 40 centímetros.
2. Labrador
O labrador é conhecido como a raça mais popular do mundo, pois tem uma personalidade amigável. Além disso, se dá muito bem com outros animais, sendo da mesma raça ou não.
“Tem um temperamento ativo, alegre, leal e carinhoso. Devido justamente a esse temperamento e a sua capacidade de aprendizagem, o animal é usado em uma grande variedade de tarefas, desde ajuda na localização de pessoas, explosivos e entorpecentes, até cães-guia e terapêuticos.”
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3. Buldogue inglês
Segundo a franqueadora do Cão Cidadão, o buldogue inglês é visto como o mais dócil da família dos buldogues. “Aprecia a companhia de adultos, crianças e outros animais de estimação“, afirma.
Já com relação a personalidade do buldogue, é possível dizer que a raça é tranquila, amável e carinhosa. “De comportamento não muito ativo, um cuidado muito importante é exercitá-lo ao ar relativamente fresco da manhã ou do final da tarde”, alerta Priscila Furlan.
4. Golden retriever
“Além de ser um cão muito inteligente, é dócil, afetuoso e companheiro. Criado como cão de caça para trabalhar ao lado de pessoas, é instintivamente amigável, muito receptivo e gentil”, fala a adestradora com relação ao golden retriever.
Uma característica comportamental dessa raça que merece ser destacada: o golden adora entrar na água. Por isso, o tutor deve estar atento aos lugares com piscinas. Além disso, ele precisa de um certo espaço e a pelagem necessita escovação periódica.
5. Pug
Para Priscila, esse cãozinho tem se tornado um ótimo companheiro doméstico. “Muito afetuoso, tranquilo e tolerante, geralmente aceita carinho e brincadeiras de qualquer um que se aproxime dele.”
O pug é o tipo de raça com características bem peculiares. Com um rosto achatado e um focinho curto, o cachorro é inconfundível. Essas características podem dificultar a respiração do animal, o que pode ocasionar roncos. Além disso, ele é guloso, por isso é preciso cuidado com a alimentação.
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Outras raças consideradas sociáveis
Segundo a adestradora, outras raças também podem ser consideradas sociáveis, como:
- Shih tzu;
- Boxer;
- Maltês;
- Cavalier king charles;
- Dachshund;
- Bichon frisé;
- Collie.
Adestramento: como fazer um cão ser mais sociável?
Para a adestradora Priscila Furlan, quanto mais o animal de estimação é inserido na vida das famílias, mais problemas comportamentais vão aparecer. “É para tratar justamente desses problemas que o adestramento vem ganhando força.”
Um profissional em comportamento canino vai saber agir em qualquer situação. Isso porque, em alguns casos animais podem não aceitar novos moradores na casa, ou cães de uma mesma família podem brigar e passam a não se tolerarem.
“Para corrigir esses tipos de comportamento, o adestrador trabalhará baseado no reforço positivo, promovendo associação positiva”, explica a profissional.
Em outras palavras, o especialista vai relacionar a presença um do outro em algo agradável e prazeroso. Nesse sentido, quando os animais estiverem em um mesmo ambiente, o tutor deve oferecer a eles petiscos atrativos, brincadeiras, passeios juntos ou carinhos.
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“Além da associação, o adestramento reforçará os comportamentos desejáveis, para que se repitam, e inibirá os indesejáveis, para, aos poucos, irem se extinguindo”, complementa.
O que é importante de ser mencionado é a forma como o adestrador ajuda os tutores. Através de orientações de como agir no dia a dia, os donos de cães vão, cada vez mais, criar uma harmonia entre eles.
Apresentando um animal a outro
Nem todas as raças são sociáveis, por isso algumas precisam passar por etapas para que aceitem outros animais. O mais indicado é que os cães passem pela socialização desde cedo.
“Uma orientação bastante válida é que, ao adquirir um filhote, por volta de seus 2 a 3 meses de vida, é aconselhável que tutores apresentem pessoas e animais da mesma e de espécie diferente para que a chance do pet estranhar outros indivíduos seja menor”, recomenda Priscila.
Com essa medida, os cães crescem com mais confiança e sem muitos medos. Porém, vale uma observação. “Essa sociabilização deve ser feita com muito cuidado, pois o filhotinho ainda está desprotegido, já que a fase adequada para as apresentações é a mesma em que o animal está passando pelo protocolo de vacinas e pela vermifugação”, alerta a franqueada da Cão Cidadão.
No entanto, em toda aproximação de animais é preciso cuidado, atenção e paciência. Ela deve ser feita de forma gradativa, para que a energia de um cão não contagie o outro.
A ansiedade e o medo, por exemplos, são dois sentimentos que podem dificultar a comunicação entre os animais que estão se conhecendo.
“Procurar sempre acalmar o animalzinho primeiro, antes de qualquer apresentação de animais ou mesmo pessoas. Nesta fase de descobertas dê preferência a animais tranquilos para que esse momento seja o mais calmo possível”, ensina.
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Adestramento inteligente
O treinamento utilizado pela Cão Cidadão é baseado em um adestramento inteligente, desenvolvido pelo zootecnista e especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi.
Esse método “tem como base o reforço positivo, ou seja, o animal é recompensado quando acerta, quando tem um comportamento desejável”, explica Priscila Furlan.
Com esse tipo de adestramento, é possível socializar os animais de estimação. Como consequência, é possível ter raças de cães que se dão bem com outros animais.