De volta ao passado: onde foram parar os animais dos judeus?

Assim como diversas culturas, os judeus também possuíam animais de estimação, entre eles estavam os cães. Durante o tempo do nazismo, houve muita destruição a famílias e cidades, e os judeus foram perseguidos, tendo de deixar para trás suas casas, roupas, bens, entre muitas outras coisas  e entes queridos, entre eles seus cães. Alguns relatos de sobreviventes que hoje moram no Brasil dão conta de que além de toda a dor que tiveram de passar, ainda tiveram que dizer adeus para seus amigos de quatro patas quando ainda eram apenas crianças.

O que acontecia com os pets?

Cães e gatos dos judeus eram executados em frente aos donos, abandonados nas casas, escondidos em porões, levados para a morte ou, na melhor das hipóteses, acolhidos clandestinamente por famílias que não eram judias.

Existe ainda a probabilidade de que os cães e gatos tenham sido usados, antes do genocídio, como um teste para observar se as câmaras de gás funcionavam, além de serem usados para experimentos científicos e médicos por parte dos nazistas.

De volta ao passado: onde foram parar os animais dos judeus?

Foto: Reprodução/ internet

Proibidos de ter animais

Os judeus sofriam diversas restrições envolvendo coisas básicas do dia a dia, como cortar os cabelos em um cabeleireiro, ou ainda frequentar cinemas e andar de ônibus. Segundo o professor de literatura Victor Klemperer, falecido no ano de 1960, “para fazer suas compras, os judeus dispunham de apenas uma hora, sendo que não podiam adquirir peixe, café, chocolates e frutas”, relatou.

“Encontrei a senhora Ida Kreidi durante as compras e ela me contou o mais recente decreto dos nazistas. A partir de agora, os judeus e quem mora com eles, estão proibidos de manter animais domésticos (cães, gatos, pássaros). Os animais também não podem ser dados a terceiros. É a sentença de morte para nosso Murschel – gato que o professor tinha à época, com sua esposa Eva –, com quem convivemos há 11 anos. Amanhã ele será levado ao veterinário para poupar-lhe a morte coletiva”, contou o professor e seu diário, em maio de 1942.

O extermínio

Segundo uma reportagem no blog Ofthing Forgotten, no ano de 1940 muitos cães foram executados em um gueto judeu devido um suposto surto de raiva que foi anunciado pela polícia sanitária alemã. Ficou, depois desse evento, proibida a criação de animais de estimação e no ano de 1942, judeus de uma cidade da Lituânia foram obrigados a levar os animais de estimação para uma sinagoga, onde viram os pets serem mortos pelos soldados e deixados para apodrecer.

Existem ainda, segundo a reportagem, relatos sobre cães e gatos que foram, durante esse período, atirados por soldados pelas janelas dos prédios como uma forma de aterrorizar aos judeus. Helen Lewis, sobrevivente do período, relatou na entrevista ao blog que em um dos postos de coletas, os donos dos pets que os levavam presos choravam muito.