Posso dar osso de galinha para meu cachorro?

Quando o assunto é a alimentação dos cães, muitos dos tutores ficam com dúvidas a respeito do que pode ser dado ou não ao animal. Por exemplo: “Posso dar osso de galinha para meu cachorro?”, é um dos questionamentos mais comuns.

Na verdade, os ossos de galinha são responsáveis por diversas discussões entre os interessados pelo universo canino. Enquanto algumas pessoas afirmam que esse tipo de alimento pode ser rico em nutrientes, veterinários alertam para os malefícios desse produto.

De acordo com a médica veterinária Glaucia Luna, os ossos de galinha não são indicados para o cachorro. Além disso, a especialista em saúde animal explica quais riscos esse alimento pode provocar e quais produtos podem substituir esse tipo de osso.

Cachorro pode comer osso de galinha?

“Ossos de galinha não são recomendados por formarem lascas ao serem partidos, principalmente quando cozidos”, afirma a veterinária Glaucia Luna.

Cachorro olhando osso de galinha

Ossos de galinha não são saudáveis e nem ajudam a limpar os dentes dos cães (Foto: depositphotos)

Segundo a especialista, quando os tutores oferecem ossos de galinha para o cachorro, estão colocando em risco a vida do cão. Isso porque, esse tipo de alimento pode provocar diversos ferimentos internos no animal.

“Podem ocorrer lesões na mucosa e perfuração do trato gástrico (estômago e intestino) ou pode acontecer de ficar preso nos dentes, palato e glote”, alerta. De uma maneira geral, esse alimento não traz nenhum benefício para a saúde e estética dos animais.

Outro grande mito é com relação a ação desse tipo de osso na limpeza dos dentes do cão. Alguns tutores acreditam que ao comer esse alimento, o cachorro vai conseguir limpar a acarda dentária.

Assim, a veterinária lembra que além de serem perigosos, os ossos de galinha não são ideais para a limpeza dentária. Tudo isso “por serem muito finos e com pouca densidade óssea”.

O que fazer quando o cão come ossos de galinha?

Como já dito pela veterinária, os tutores não devem oferecer ossos de galinha para os cães. Mesmo que o cachorro já tenha comido e não apresente nenhum problema de saúde.

Não é sempre que os ossos podem prejudicar, mas não há como prevenir depois que o cão comer. A melhor atitude a se tomar é evitar que o cão consuma esse tipo de alimento. Mas caso o cachorro coma os ossos de galinha e depois apresente alguns sintomas, o melhor é procurar por um médico veterinário.

Vômito, baba e até sangue na mucosa bucal são alguns dos sinais que necessitam de atenção veterinária urgente. Por isso, não tente nenhum procedimento em casa, pois isso pode acarretar em uma piora do quadro apresentado pelo animal.

Alternativas para os ossos de frango

Ainda de acordo com a médica veterinária Glaucia Luna, os ossos grandes de bovinos são alternativas baratas para substituírem os ossos de galinha no dia a dia dos cães. Isso porque, eles podem ajudar na limpeza dos dentes.

“O importante é lembrar que ao serem oferecidos, os ossos devem ser de tamanho ideal, comprados em estabelecimento fiscalizado pela vigilância sanitária, sendo higienizado da forma adequada e oferecido por tempo correto para evitar danos nas articulações temporomandibular”, recomenda a médica.

Além dos ossos bovinos, os ossos de galinha podem ser substituídos por petiscos desenvolvidos especialmente para a finalidade de limpeza dentária. Atualmente, no mercado pet  existem diversas opções para esse fim.

Contudo, vale ressaltar que nenhuma dessas formas pode substituir a escovação diária dos dentes dos cães. Assim como os seres humanos, os cachorros também precisam de limpeza bucal todos os dias.

Mulher escovando dentes do cão

Nenhum produto pode substituir a escovação dentária dos cães (Foto: depositphotos)

As alternativas dadas anteriormente são bons complementos da higienização bucal dos cães, mas não são a principal. Escovar os dentes do cão e fazer um acompanhamento com veterinários continuam sendo as saídas mais seguras para evitar o acúmulo de tártaro e outros problemas dentários.

Mudança na alimentação canina

Para Glaucia Luna, a domesticação dos cães resultou em uma mudança drástica na alimentação dos animais. “Antes arrancavam a carne das presas e roíam os ossos para terem acesso ao seu interior, assim aproveitavam toda refeição”, conta a médica com relação aos antigos comportamentos dos cães.

Mas com a domesticação, alguns hábitos foram modificados na vida dos cães, principalmente com o advento da ração. A partir de então, os animais passaram a engolir sem mastigar corretamente o alimento.

Sendo assim, é preciso ter muito cuidado com relação a alimentação dos cães. O que pode ou não ser oferecido ao animal requer interesse do tutor sobre o assunto e acompanhamento com especialista.

Por exemplo, de acordo com a zootecnista e nutricionista animal na empresa Cão Integral, Aline Motta, cães podem comer tanto ração como comida caseira.

Essa afirmação da especialista elimina as dúvidas com relação a alimentação caseira para cães. Segundo a zootecnista, uma dieta caseira balanceada traz diversos benefícios para a saúde do animal.

“A expectativa de vida é muito maior em animais que comem comida de verdade balanceada da forma correta”, afirma a nutricionista dos cães.

Contudo, Aline Motta recomenda que o tutor escolha apenas uma opção. Isso porque, não é recomendado que o dono misture comida caseira com ração.

“Nada deve ser adicionado a ração, com o risco de desequilibrar o balanceamento de nutrientes e até prejudicar o seu animal. Misturar carne à ração é tão prejudicial que pode gerar, a longo prazo, um problema renal, por exemplo. Se você quer dar comida, dê só comida (balanceada) ou então dê apenas a ração”, alerta.

No entanto, ossos de galinha não podem ser oferecidos aos cães de nenhuma forma. Assim os animais podem aproveitar de uma vida tranquila e saudável por muito tempo.

Mais sobre alimentação canina

E se você é um tutor que gosta de se manter informado sobre o universo canino, assista o vídeo a seguir. Nele, a especialista em nutrição animal, Aline Motta, traz um conteúdo exclusivo sobre o que o cachorro pode ou não comer. Então, dá o play e aprende junto com a gente como cuidar da alimentação e saúde do seu pet!

*Artigo feito com a colaboração da médica veterinária Glaucia Luna (CRMV-PE: 04242) e da zootecnista Aline Motta (CRMV-RJ: 00851), fundadora da empresa Cão Integral e atuante em Nutrição Animal desde 2012.

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 6750), formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela UniFavip-DeVry, escreve artigos para os mais diversos veículos. Produz um conteúdo original, é atualizada com as noções de SEO e tem versatilidade na produção dos textos.