Meu cachorro pode ou não consumir mel?

Os tutores, principalmente os de primeira viagem, podem se perguntar: “Meu cachorro pode ou não consumir mel?” Esse questionamento pode surgir mais cedo ou mais tarde, uma vez que o mel é um alimento muito comum na vida humana.

Por estar frequentemente presente nas cozinhas das pessoas e por ser naturalmente doce, os cães tendem a se interessar pelo mel. Mas, será que esse tipo de alimento é saudável para o cão?

De acordo com a zootecnista e nutricionista de animais da Cão Integral, Aline Motta, de uma maneira geral essa especiaria não traz malefícios ao cachorro. Contudo, é preciso ser utilizada da maneira correta.

Meu cachorro pode ou não consumir mel?

“Teoricamente não há nada que faça mal no mel, além da frutose e sacarose. Ele pode ser servido in natura ou em receitas de petiscos“, explica Aline.

Mel cru

Tecnicamente, o mel não traz nem benefícios nem malefícios para os cães (Foto: depositphotos)

Sendo assim, o mel não é necessariamente um vilão para a saúde dos animais. Mas também não pode ser visto como uma substância necessária para a qualidade de vida dos cães.

“Eu não aconselharia dar mel a um cão como petisco. Não há necessidade de se oferecer um tipo de ‘açúcar’ ao seu animal”, ressalta a especialista em nutrição.

Além disso, Aline Motta esclarece que esse produto natural também é muito comum de ser usado em pacientes hipoglicemiantes, a exemplo de filhotes.

“O mel é natural, eu não diria que traz malefícios, mas em exagero, pode aumentar a glicose dos cães, levando à obesidade e diabetes”, afirma. Contudo, a especialista indica que ele é a melhor opção se comparado ao açúcar.

No entanto, existe um tipo de mel terapêutico para os cães, apontado por Aline. Chamado de mel de manuka, esse tipo de especiaria consegue eliminar diversas bactérias que causam doenças nos cachorros.

Benefícios do mel de manuka para cães

Pouco conhecido, o mel de manuka é produzido por abelhas que polinizam o arbusto de manuka (Leptospermum scoparium). Essa planta é medicinal e nativa da Nova Zelândia, por essa razão é muito rara ser encontrada no Brasil.

“Experimentos clínicos demonstraram que o mel de manuka pode efetivamente erradicar mais de 250 espécies de bactérias causadoras de doenças, incluindo certas variedades de bactérias já resistentes aos antibióticos”, declara a especialista em nutrição animal.

Entre os possíveis tratamentos alcançados pelo mel de manuka estão:

  • Dores estomacais
  • Úlcera estomacal
  • Dores de garganta
  • Amidalite
  • Acidez estomacal
  • Queimação estomacal
  • Gastrite
  • Esofagite
  • Gripes e resfriados, como a tosse dos canis
  • Colite ulcerosa.

Segundo Aline Motta, essa especiaria pode ser encontrada no site da Mel de Manuka. E não precisa de prescrição médica para ser comprado.

Para a zootecnista, o tutor pode oferecer de meia a uma colher (de chá) do mel, de três a quatro vezes ao dia como uma forma de tratamento. Já se for dado ao cão antes das refeições, tem ação terapêutica.

“Mas também pode ser oferecido como um preventivo natural em doses menores. Por exemplo, uma colherinha (de café) ou uma colher (de chá), duas a três vezes por semana, antes das refeições”, recomenda a zootecnista.

Contudo, assim como qualquer remédio, natural ou não, o mel de manuka tem suas contraindicações. Cães diabéticos e filhotes com menos de três meses de idade não devem fazer uso dessa especiaria.

Outra recomendação se faz em torno do uso externo ou tópico em pets. O mel pode ser utilizado dessa maneira, mas devidamente envolto em bandagem.

Alimentação balanceada para cães

Assim como o mel comum, existem outros produtos da cozinha humana que não devem ser consumidos pelos animais. “É de suma importância que o cão tenha uma alimentação equilibrada, seja ela através de ração ou de comida caseira balanceada”, alerta a zootecnista Aline.

Ainda segundo a especialista em alimentação animal, os cães não devem ser expostos a tipos de alimentos sem passar por um profissional ou sem o acompanhamento do mesmo.

Muitos tutores ainda erram quando o assunto é a alimentação canina, por isso é importante estar atento e pesquisar sobre esse tema. Uma correta alimentação promove mais saúde e qualidade de vida ao cachorro.

Dar restos de comida, cozinhar cardápio por conta própria sem pesquisar ou passar por um profissional e misturar alimentos diversos na ração, pode ser tão prejudicial quanto uma patologia grave”, complementa Aline Motta.

O mel, por exemplo, pode ser dado ao cachorro na substituição do açúcar em receitas caseiras. Ao contrário disso, não deve ser ofertado ao cão como um petisco. Assim, o cachorro não corre o risco de apresentar problemas futuros, como a diabetes.

*Artigo feito com a colaboração da zootecnista, fundadora do @caointegral e atuante na Nutrição Animal desde 2012, Aline Motta (CRMV-RJ00851).

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 6750), formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela UniFavip-DeVry, escreve artigos para os mais diversos veículos. Produz um conteúdo original, é atualizada com as noções de SEO e tem versatilidade na produção dos textos.